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São ainda novos, albergando dentro de si muito espaço para o sonho. Mas não se ficaram a frui-lo, quiseram pôr em prática aquilo em que acreditam. Vai daí puseram-se a pesquisar as redondezas, até descobrirem um espaço que desse asas às suas convicções: uma quinta com muito terreno, abandonada há já algum tempo, nas faldas da Gardunha.
Fizeram obras, tornando o espaço condignamente habitável, e puseram-se a cultivar toda a espécie de legumes. Biológicos, claro está, que a mixordice não é bem vista por ali.
Quando a produção começou a irromper, viram-se confrontados com um problema: o escoamento do que produziam. Mas como o entusiasmo não falta, imaginaram uma forma de chegar às pessoas de forma apelativa, com umas pinceladas de poesia. Arranjaram umas cestas de verga, com um design atraente, e colocaram nelas um pouco de tudo o que produziam: couve roxa, rabanetes, morangos, tomates, cebolinho, couve-flor, tomilho, coentros..., tudo disposto de forma harmoniosa. Os amigos foram passando a palavra, e aos poucos foram estabelecendo uma rede de contactos, criando uma base de sustentação. E assim, todas as semanas dezenas de cestas saem da quinta, qual natureza viva saída da paleta dum pintor, que vão engalanar, de cor, odor e sabor, o paradeiro dos clientes.
Para já as coisas não estão a correr mal, embora a burocracia vá dando sinal de vida. Na quinta circulam vontades tamanhas, traduzidas em assobios, enquanto os cães, habituados a um trato leal, povoam o espaço em convívio natural.
São jovens e albergam dentro de si muito espaço para o sonho.
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São ainda novos, albergando dentro de si muito espaço para o sonho. Mas não se ficaram a frui-lo, quiseram pôr em prática aquilo em que acreditam. Vai daí puseram-se a pesquisar as redondezas, até descobrirem um espaço que desse asas às suas convicções: uma quinta com muito terreno, abandonada há já algum tempo, nas faldas da Gardunha.
Fizeram obras, tornando o espaço condignamente habitável, e puseram-se a cultivar toda a espécie de legumes. Biológicos, claro está, que a mixordice não é bem vista por ali.
Quando a produção começou a irromper, viram-se confrontados com um problema: o escoamento do que produziam. Mas como o entusiasmo não falta, imaginaram uma forma de chegar às pessoas de forma apelativa, com umas pinceladas de poesia. Arranjaram umas cestas de verga, com um design atraente, e colocaram nelas um pouco de tudo o que produziam: couve roxa, rabanetes, morangos, tomates, cebolinho, couve-flor, tomilho, coentros..., tudo disposto de forma harmoniosa. Os amigos foram passando a palavra, e aos poucos foram estabelecendo uma rede de contactos, criando uma base de sustentação. E assim, todas as semanas dezenas de cestas saem da quinta, qual natureza viva saída da paleta dum pintor, que vão engalanar, de cor, odor e sabor, o paradeiro dos clientes.
Para já as coisas não estão a correr mal, embora a burocracia vá dando sinal de vida. Na quinta circulam vontades tamanhas, traduzidas em assobios, enquanto os cães, habituados a um trato leal, povoam o espaço em convívio natural.
São jovens e albergam dentro de si muito espaço para o sonho.
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De como o sonho se faz realidade...
ResponderEliminarVontade, trabalho e alguma criatividade podem fazer milagres. Pena que sejam poucos, os que assim pensam!
Apetece-me conhecer o lugar e conhecer os protagonistas...
ResponderEliminarque os sonho lhes comande a vida.
beijo
Tomara viver perto, ía ser uma boa cliente de certeza...
ResponderEliminarBjs
Também tu albergas dentro do Interioridades muito espaço para teclar :), queria dizer para "semear"!
ResponderEliminarLeio um bom exemplo de quem sabe que tem asas, de quem sabe mantê-las e cultivá-las.
Há que valorizar essas formas de vida, puras, saudáveis (e acredito que pró corpo e prá alma).
Que a vida lhes alimente o sonho!
Que o sonho lhes dê asas!
Que as asas alberguem anjos!
Que os anjos zelem pelas suas (e nossas) convicções!
Pois, como já alguém disse “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza e na força dos seus sonhos”! Eles acreditam, com toda a certeza!
O teu texto é bem mais do que um exemplo prático de vida. É sobretudo "alimento" para os sonhos de quem o lê.
Gostei do colorido dessa paleta... gostei das "pinceladas de poesia"... gostei de ler a vida de um sonho,ou será o sonho de uma vida?!
Se me é permitido, subscrevo o comentário anterior e aproveito para deixar um obrigada sentido pelas palavras que eu talvez não mereça, mas que me deixaram muito feliz.
ResponderEliminarElisabete
AC,
ResponderEliminarbelo texto . E como seria bom que existisse muitas , desta realidade .
Apenas uma opinião , " albergar dentro de si espaço para o sonho " não é apanágio dos mais jovens .
E nós sabemos .
Um beijo verde .
Maria
PS : O conjunto destas imagens integram - se lindamente nesta realidade sonhada .
Lídia,
ResponderEliminarTem razão, mas é bom ver exemplos destes. Reconfortam.
Em@,
ResponderEliminarCreio que eles teriam muito gosto em a receber.
Lilá(s),
ResponderEliminarSão posturas como a sua que fazem com que eles vão dando corpo ao sonho.
Bj
JB,
ResponderEliminarUm dia destes ponho-te em contacto com esta gente. Tenho a certeza que começarás a fazer parte da corrente.
Elisabete,
ResponderEliminarAs palavras que deixei no seu blogue são mais que merecidas. Continue.
´Porque é importante concretizar os sonhos ! Parabéns à iniciativa... e a ti por divulgares!
ResponderEliminarUm beijo.
Maria,
ResponderEliminarTem razão no reparo, o sonho não é exclusivo dos jovens. Sei (sabemos) muito bem disso. Mas no caso retratado eles ainda são imunes a determinado calculismo, às vezes disfarçados de realismo, que tende a toldar o sonho. Creio que me entende.
Beijo.
Ana,
ResponderEliminarCreio que é importante divulgar casos destes porque o seu êxito é alimento para outros.
Beijo.
Fico à espera, será um prazer.
ResponderEliminarE embora os meus dotes de cultivo da terra não sejam lá muito promissores :), se não puder contribuir para o conforto do corpo, espero contribuir para o reconforto da alma. Como? Lendo-lhes os teus textos!!! E assim também eles poderão fazer parte DESTA corrente... :)
JB,
ResponderEliminarCalma, a corrente de que eu falo é muito simples: passares a fazer parte das pessoas que lhes compram as cestas de legumes. Agora se, no acto da compra, lhes quiseres ler um texto, isso é lá contigo! :) :)
Ora bolas:), e eu que tanto queria revolver a terra, e juntar umas "pinceladas de poesia", "povoar o espaço", estás a ver?:)
ResponderEliminarMas está bem, o melhor mesmo (e mais seguro) é ajudar a cultivar sim o espaço do sonho dessa gente, "comprando" o fruto vivo desse sonho.
(Tens de admitir que umas pitadas do Interioridades nessa cesta, nessa "natureza viva" ...:))
Se me é permitido, pegando nalgumas palavras do Zé Caldeira, num comentário a um outro texto, é bom poder discutir, "com profundidade as coisas sérias sem as levar muito a sério".E isto, com todo o respeito pelo tema em causa.
A FORÇA DO SONHO É O ALIMENTO PARA A VIDA MAS QUANDO VEM A BUROCRACIA...ENVENENA TUDO...ESPERO QUE A FORÇA DA POESIA CONSIGA SALVAR AQUILO QUE FOI SEMEADO COM TANTO AMOR E DEDICAÇÃO...
ResponderEliminarJB,
ResponderEliminarÉ isso mesmo, um bom sorriso só ajuda. :)
Bj
Pedrasnuas (Idália?),
ResponderEliminarAi a burocracia, a burocracia...
Mas eles estão a dar a volta.
Bj
Amigo, ora aqui está um bom exemplo a seguir. No meu Alentejo também se vê gente com ideias, mas a maioria, infelizmente, são estrangeiros. Precisamos acreditar mais, e o teu texto é um bom contributo.
ResponderEliminarAbraço
Jorge,
ResponderEliminarÉ verdade que sim, que temos que acreditar mais. Somos demasiado fatalistas, muito dados apenas ao "nosso quintal". Mas há por aí gente a mexer-se, e isso é que importa.
Abraço.
É com esforços como este que nosso país voltará a ser "plantado" - que se reproduzam estes sonhos, com força e persistência, em especial por causa da tal "burocracia" que, tantas vezes, deita tudo a perder!
ResponderEliminarTomei a liberdade de me fazer seguidor deste espaço após, através de interpostos blogues, o ter conhecido e admirado.
Abraço
Quicas,
ResponderEliminarObrigado pelas palavras e... bem-vindo a este espaço!
Abraço.
AC,
ResponderEliminarsó depois de ler a sua resposta ao meu comentário ,
percebi que se tratava de uma realidade , expressa com beleza e poesia e não uma realidade ficcionada .
Portanto , parabéns a estes jovens e que a concretização do sonho , continue sem entraves .
Seria , uma compradora assídua , se vivesse perto .
Um beijo ,
Maria
Dar tempo e espaço ao sonho é, porventura, a única salvação para este País e, particularmente, para as terras do Interior. Terras onde falta tudo menos a vontade férrea e o sonho inventivo das poucas pessoas que o habitam.
ResponderEliminarHá muitos que, por desconhecimento ou por negligência (incompetência)de há muito se esqueceram desta parte fulcral, basilar, fundamental, do território que quer continuar a Ser Nação.
Ficam os resistentes e aqueles que não abdicam do sonho.
Abraço
Caldeira
Tenho sempre a tentação de ver alegorias nas suas histórias e isso agrada-me porque gosto da dimensão simbólica das palavras e dos textos.
ResponderEliminarNesta vejo o resgate da Terra e o renascer telúrico em vegetais e frutos, nossa fonte de sobrevivência purificadora e purificante.
O sonho de que fala seria a salvação do homem e do planeta num mundo cancerígeno em que as metásteses proliferam como tentásculos mortíferos.
Abraço, Agostinho.
Maria,
ResponderEliminarComo está longe, fica nomeada "compradora honorária". :)
Beijo.
Zé Caldeira,
ResponderEliminar"Ficam os resistentes e aqueles que não abdicam do sonho."
Poucos mas bons. Oxalá sejam suficientes para contrariar a política da terra queimada!
Abraço.
Ibel,
ResponderEliminarDesta vez considerei ser importante dar o testemunho de algo construtivo. Estas coisas animam, e todos andamos a precisar disso.
Abraço.
Já tinha ouvido falar deste interessante projecto!
ResponderEliminarEu não cultivo mas vou às compras de cesta de verga.
Toda a gente acha graça, na loja de fruta e legumes onde faço as minhas compras a empregada diz-me que adora arrumar a minha cesta!
Abraço
Rosa dos Ventos,
ResponderEliminarQue maravilha, sacos de plástico não é consigo! Que belo exemplo!
Abraço.
Belíssimo. Sem mais palavras...Parabéns.
ResponderEliminarMadalena,
ResponderEliminarObrigado. Bem-vinda a este espaço!
Olá!
ResponderEliminarBem Vindo!
Obrigada pela leitura que fez e das belas palavras que deixou.
Teu Blog parece-me bem, bem especial.
Adorei aqui também... Fico!
Beijos...
Olá Agostinho.
ResponderEliminarGostei do texto... e é bom não esquecermos as palavras do Gedeão... que o sonho comanda a vida... Não sei se pensavas na quinta biológica do João...(quintadasinguias.blogspot,com.pt) Muitas estão a aparecer por aqui... De qualquer modo, obrigada pelas palavras de encorajamento,,..Não é facil o escoamento dos produtos... mesmo levando a casa o cabaz... mas melhores dias virão..
isabel
ღPat.ღ ,
ResponderEliminarObrigado pelas palavras e... bem-vinda a este espaço.
Bj
Isabel,
ResponderEliminarO texto refere-se, efectivamente, ao João. Vamos esperar que tudo corra pelo melhor, pois exemplos destes são sempre de acarinhar. Como te enganaste no endereço (a vírgula em vez do ponto) aqui fica a rectificação:
http://quintadasinguias.blogspot.com/
Um abraço de incentivo para o João e quem mais está envolvido, que bem merecem!
Dignos de louvor esses jovens sonhadores que ousaram tornar o seu sonho realidade.
ResponderEliminarFiquei com a ideia de que tudo funciona dum modo mais ou menos artesanal...
Só espero que a ASAE não se lembre de aparecer por lá (eu disse isto por brincadeira, mas olhe que é um perigo real)
Beijinhos
Mariazita,
ResponderEliminarPor aí não há perigo, pois os seus produtos têm a devida certificação biológica.
Precisavam era de mais clientes, mas temos que dar tempo ao tempo.
Bj